segunda-feira, 16 de julho de 2012

Exame da OAB foi visto antes por 152 candidatos, conclui PF

A fraude ocorreu nos três exames de primeira fase realizados nos meses de maio e setembro de 2009 e em janeiro de 2010.

A Polícia Federal finalizou a investigação sobre a fraude em exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de 2009 e apurou que 152 candidatos tiveram acesso antecipado às respostas do exame. Outros 1.076 "colaram" uns dos outros.

A fraude ocorreu nos três exames de primeira fase realizados pela OAB nos meses de maio e setembro de 2009 e em janeiro de 2010. Os fraudadores tiveram acesso privilegiado às respostas, que foram desviadas pela organização criminosa desmontada na Operação Tormenta.

Para identificar o grupo, a PF usou um programa desenvolvido para rastrear desvios entre as respostas dos candidatos e apontar probabilidades daqueles que se beneficiaram com a fraude. Com base nisso, os candidatos foram investigados.

Os 1.076 candidatos que colaram não recorreram, segundo a PF, ao grupo de fraudadores. Mas a equipe de investigação cruzou informações dos laudos e dados fornecidos pelo Cespe/UnB (que organizava os exames), constatando que todos os incluídos nos laudos realizaram o exame na mesma sala.

A OAB e Cespe/UnB colaboraram com as investigação, segundo a PF. A OAB informou em nota que a instituição vai abrir processo contra fraudadores.

Tormenta. O esquema não envolveu só o exame da Ordem. A PF já havia apurado que o mesmo grupo fraudou ao menos outros seis concursos e cobravam, no mínimo, R$ 50 mil pelas respostas.

A investigação teve início em 2010, com a denúncia de que um dos candidatos do concurso para agente da Polícia Federal de 2009 teve acesso ao caderno de questões da prova antes de sua aplicação.

Foram fraudados concursos para delegado da Polícia Federal, de 2004, agente e oficial de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de 2008, e auditor fiscal da Receita, de 1994.

Até agora foram indiciadas 282 pessoas e 62 servidores, afastados ou impedidos de tomar posse. Os criminosos respondem por crimes de formação de quadrilha, estelionato, receptação e corrupção.


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